Enquanto adormecias
Eu imaginava
O quanto parecias
Com aquela que desejávamos
No dia depois de amanhã
Aquela que nos sucederia
Uma
E não um
Mas como poderia imaginar?
Aquela que nos perpetuaria
Aquela que nos faria sonhar
Tinha que ser
Uma
A minha ambição
Porque não sendo um rei
Não pretendia
Nem precisava de um sucessor
Uma
Porque vocês são as mães de toda a criação
E pelo menos na minha poesia
Vocês são o símbolo do amor
E sim
Nestas palavras
Que irás ler
Só depois
Dela ser mulher
Dela nos mostrar
Que a semente
A nossa
Se transformou numa árvore
Onde poisam
Os pássaros da nossa imaginação
Nestas palavras
Irás tentar descodificar todas as suas metáforas
Que se resumem a duas:
A pressa com que o tempo passa
E a velocidade com que os nossos aspirações
Se desfazem
Ou se concretizam
Nestas palavras
Que depois da árvore gerar outras árvores
Estas palavras
Que é o que de mim restaria
Nesse hipotético futuro
Foram escritas a olhar
E a pensar em Ti
Enquanto adormecias