O Cessar da Tormenta

Você chegou justo na hora

Em que afasto todos aos gritos

Qualquer tentativa de toque

É respondia por mim

Por um atacar, arranhar e machucar

Não consigo mais receber

Amigáveis toques

Pois toda vez que recebia um

Era sempre para me agredir

Quando recebo novos, mesmo sendo

Inocentes, a raiva que tanto me assola

Se solta e se revolta

Fui contido em mordaça

Vítima de caça

Impedido de bater asa

Corda em meus punhos, minha nova

Casa

Você leu por baixo do que faço

E digo, me viu não como um ser

Que é, mas sim um que tem

E sofre uma maldição

Sua mão se aproxima

Respondo com aura assassina

Desejo por chacina

Mas a pele fina

Com palavra bela caminha

Autoria do sumir da bestialidade

Você assina

E a cobre com cortina

Me abraçou e derramou

Tudo que é seu

Em cima de mim

Me inspirou a abandonar

Tudo que é meu

Para ser tudo o que é

Seu

Me fez prometer

Não te machucar

Para segurar sua mão

A praga raivosa

Despedaçou e deu lugar

Ao medo de desmanchar

Sua arte em forma de gente

A textura da sua palma

Preencheu a minha

Cicatrizou cada trauma

Que fraturou as estruturas

Responsável por gravar

Amor dentro de mim

Sou grato e feliz

Não só por você ter aparecido

Como também a pessoa

Que fez tudo isso

Ter sido justamente

Você

E só você

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 07/07/2023
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