Namorando em versos...
Ao sabor da suave busca...
Dois seres ficam na escuta.
Abrem as suas portas.
Escancaram as janelas.
Desabrocham... Fertilizam.
Saboreiam o amor inteiro.
Cobertos de risos... Faceiros.
Luzes a atravessá-los por inteiro
Seja de farol... Seja do sol ou do luar.
O corpo... A carne...Toques a implorar.
Derrubam conceitos, travesseiros... A sonhar.
Despidos na líquida folia de se doar.
Escorrem soltas ternuras pelos sentidos.
Numa prosa que namora... Nos versos...
De um poema de amor repleto.
Aproveitam felizes e completos...
Sempre... Vivos... Nus ou vestidos.
Se fundem num encontro amoroso.
Num fogo supremo e ardoroso.
Asas da imaginação... Rompem a dor.
Tornando-os onipotentes... No amor.
Luzes... Imagens adormecidas...
Acordam às almas escondidas.
Peles sedosas navegam...
Seus corações em mar alto.
Naufragam um n'outro em carícias...
Numa forma de apaixonada salvação...
Varridos de esplendores e dengos.
Se entregam... Da cama pra rua...
Ao espaço infinito dos céus.
Deixando-se namorar sem medo:
menino-homem, menina-mulher.
Tornam-se de amigos a amantes...
Companheiros na arte de amar.
Os mágicos cansaços da tarde
Os esperam na noite que se avizinha.
Logo, logo... Estarão entrelaçados...
Prisioneiros de abraços acalorados.
Pelos lábios sedentos, queridos.
Os sabores dos beijos já escorrem...
Mil suspiros antecedem a composição.
Em sinfônicas palavras de paixão.
No ambiente preparado com emoção.
Curtido... Esperado... Pleno de devoção.
Olham no horizonte para adivinhar...
Quem chega primeiro. Longa espera.
Neste pulsar sem fim... Sentem perfumes...
Esfomeados, trêmulos... Frenesi de anseios.
Suspiros... Hiatos... Do que os aguardam...
Sedentos de carinhos e múltiplos beijos.
Sussurram ao vento... Vem logo me namorar.
Sem a sua presença ao meu lado...
Eu não vivo! Diz... Um ao outro...
Em barulhento... Inquieto... Silêncio.
Hildebrando Menezes