Pupilas
Pupilas dilatadas, por mim ou pela noite
vaga,
Atraem sempre os meus
olhos, e eu
De sorriso largo, estampado, admiro farto,
Se não infarto, é por que ainda respiro,
E me atiro,
No breu dos teus cabelos negos, e divago, divago,
Procurando em vão pelo seus quereres,
Não vejo, não ouço e não sinto.
Sigo.
Desatino a pensar, racionalizar
Para mim, não basta olhar, e intentar,
Quero sentir e tocar
Quero poder
E que me permita no olhar
No semblante, com tranquilidade
Ir
Adiante, e profundo
No fundo, sei que algo te prende
No tempo
Ou em outros amores,
talvez diversas outras dores
e pudores
que depois de instantes, secam o brilho dos seus olhos
e eu, coadjuvante, retraio o riso,
o toque e o que pode ser,
mas não é ainda,
mais que um olhar amendoado,
dilatado, por mim?
Pela noite.