SINTONIA
A minha alma se encontrava plácida enquanto o meu corpo sossegado descansava na circunferência do teu abraço. Eu tinha a cabeça repousada sobre o teu peito bem delineado e os meus sentidos tinham como norte de paz, as batidas do teu coração.
La fora... Só se ouvia o canto das gaivotas em sintonia com a suave dança das folhas das palmeiras, orquestrada pela sapiente canção do vento, num suave vai e vem, vai e vem!
Uma delicada luz solar acariciava o ambiente e iluminava o teu corpo morno, quase desperto. Tu dormias, o sono dos inocentes... olhos suavemente fechados, expressão sonhadora.
Aconchegado ao travesseiro, tinhas a mão esquecida sobre a minha cintura.
A tua respiração ritmada, transmitia a fragrância da tua paz interior. No cantinho da boca trazias a tua mágica intenção de sorriso.
Os meus olhos, passeavam suavemente pelo teu ser, entregando-te doces carícias. Logo, comecei a indagar...
Quais seriam os desejos desse menino homem? O que o faria plenamente feliz?
Naquele momento, acordastes com um restaurador sorriso que antecedeu um aveludado e inebriante beijo.
Naquele dia, na vulnerabilidade tão exposta da essência. Penetraste-me além da matéria, alcançastes a minha alma!