Sangra o Coração
sangra o coração
e a alma consumida em fogo
entoa a última canção
perigos que rondavam a janela
uivam no jardim
quando a subida da lua
revela a natureza da sombra
e a coruja repete o nome que teimo em calar
qual o preço da distância?
as chaves perderam o uso
do lado de fora a certeza,
das cinzas nascem perdas, nunca flores
- impossível saber quem chega ao cortejo dos amores
quando o rei chora
desprovido de bebedeira e tirania
e o carro espera aos pés da estátua
rumo à última viagem
após o que foi tramado nas sombras
abrir o peito do cavaleiro
e roubar além do sonho
a oração - restará apenas quem zomba