Perdoa-me

Lá fora sol se deita

E eu aqui dentro no meu terceiro trago

O que me prende aqui?

O que me faz assim?

Tua imagem permeia minhas lembranças

E os sentimentos afloram em primavera

As palavras se pervertem no desejo

E a boca ensaia o beijo

O que foi dito ecoa e permanece

Recorda a mágoa e os erros cometidos

Espreme a alma, espeta o coração

Sangra os olhos em busca de perdão

Se ao menos me fosse possível voltar no tempo

Sentir a insensatez de meus atos

Controlar a volúpia desmedida

Não sofreria a despedida

Resta-me provar-te

Que minha vida te pertence, és minha senhora

Peco ingenuamente, irracionalmente

Mas preciso de tua mão, tua boca e tua virtude

De seu amor vivificante

Meu amor por ti é descomensurável

Posto que és vida, sopro divino

Espero-te de volta em meus braços

Para uma última vez te ver sorrindo

Lá fora a alvorada se anuncia

E já avanço para o sétimo trago

Você me prende aqui!

Você me fez assim!