À Moça
Moça, seu coração é flor roxa
E o seu perfume é cilada
Que, ao atrair este trouxa,
Abriu -se a flor perfumada;
E, de palavras, bem armada
Para abater o meu orgulho.
Ei moça, o seu perjúrio
Para você foi irrelevante
Mas, fez meu olhar radiante,
Mais que o sol da manhã!
E o seu olhar de espiã
Do tempo da guerra fria
Penetrou na minha alma,
Fez aumentar o meu trauma
E a dor que eu sentia.
Olhares, palavras... armadilha.
E preso nessa desventura
O amor não se desvencilha
Do seu sentimento mesquinho.
A desventura é um moinho
Que minimiza e desnorteia,
Faz-me giramundo, sozinho,
Um homem de cara feia.
Oh, moça, que tristeza!
Vai deixar que eu sofra
Feito uma mosca presa
Numa flor de alcachofra?
Por Deus, não seja ingrata,
Ao menos faça uma prece
A este amor que fenece
Porque você o maltrata!