CANGAÇO - ESPINHOS

No peito uma angústia incurável

Num escudo feito de rosas e espinhos dos cactos

Os rios sedentos sob o sereno de uma fé

Os olhos ardendo no vislumbre do meio dia

O barro duro combinando com o bolso

Uma liberdade impagável, mas cara

O vento levando o bando para onde a injustiça não dá trégua

O brilho da lua iluminando o cangaço e sua régua

A sabedoria de uma gente

Que por hora incoerente

Fez morada pelo mundo

Quantos sertões foram atingidos

Quantos corações enfurecidos

A canga boa foi posta

A beleza indescritível

De um sertão mal concebido

De uma história contada em partes

Pelos olhos de quem vê arte

Seja aqui, ali, em qualquer parte

No medo, na coragem, no pudor e despudor

Brilhou um Lampião

Entre aplausos e caôs

Sobre sol e amor

Viveu e morreu por seu sertão

Ronaldo Crispim
Enviado por Ronaldo Crispim em 01/07/2023
Código do texto: T7826488
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