Festa a Fresta

O que seria do mundo sem as festas?

Unindo povos e sendo motivo de discordias

Distratos se demonstram de formas indigestas

Só queria ficar em meu quarto sob as custodias

As custodias de meus pensamentos

Naquele instante só queria estar protegido

Em uma reclusão de lamentos

Só queria estar escondido

Me sinto fraco e ferido

Ninguém quer ver o palhaço triste

Ninguém aceita o choro do alegre

"O palhaço deve estar com seu humor em riste"

Não negue, não negue

Á sociedade você será reintegre

Alguém me confortaria

Mas este alguem não estaria ali

A carreira da cocaína percorri

Em nada mais pensaria

Retomo minha sensação de alegria

Uma festa repentina me contagia

Sorria, sorria

"O palhaço agora ri em sua moradia"

A cereja do bolo tinham que colocar

Fariam de tudo para me levantar

Trouxeram a âncora que me puxava para baixo

Desses meus amigos o que esperar?!

Adentrando o recinto ela não parecia uma visitante

Até a chave da porta ela ainda possuía

Jogando seus pertences em minha estante

Em momento nenhum olhou em meus olhos

E foi naquele instante

Naquele maldito instante

Que percebi que a porta para ela jamais fecharia

Era um campo aberto onde ela vinha e ia

Senti raiva e agonia

Ela olhou para mim

E disse: Nunca é o fim

Certo nunca seria

Mas que para sempre me amaria

Queria fazer fogueira com toda aquela poesia

E com a fumaça o mundo sufocaria

Mas aqueles encantos eu não podia resistir

Apenas correspondi

A festa não estava mais a minha volta

Estava dentro de mim

Não era o fim

Talvez fosse só o começo do fim

Dr Brown
Enviado por Dr Brown em 28/06/2023
Código do texto: T7824709
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