Tu eras meu jardim do doce sono
Nas estradas do sono, por anos a fio,
Minha alma leve flutuava, eu sorria.
Em jardins encantados eu caminhava,
Pois minha menina neles habitava.
Seu andar gracioso, seu sorriso sereno,
O brilho em seus olhos, meu eterno veneno.
Eram razão suficiente para que nenhum sonho,
Ou pensamento inquietante invadisse meu sono.
Despertava revigorado, cheio de paixão,
Embalado pela certeza desse doce coração.
A vida era plena, um sonho encantado,
Tudo porque você estava ao meu lado.
Mas agora, ah, agora, tudo se fez cinza,
Os jardins outrora vivos perderam a brisa.
Folhas secaram, murcharam em desalento,
E as que restaram se desvaneceram ao vento.
E ao despertar, um formigueiro invade meu ser,
A dor que lateja, difícil de compreender.
Ainda espero, em vão, que você acalme seu peito,
Que deixe-me em paz para encontrar seu deleito.
Pois diferente de você, minha amada,
É você quem traz paz, minha calma desejada.
Que seus tormentos se acalmem, enfim,
E que eu possa voltar a sonhar assim.