Meu pequeno poema de amor

Sou feita de vozes presas na garganta...

Sou medrada por sons inaudíveis dentro do peito...

Quando é urgente dizer,

só sei falar pelas entrelinhas silenciosas

da porta do coração...

Mas, de falar necessito

para não morrer os sentimentos que sou...

Por isso, é difícil calar a voz de meus pra dentro...

me perderia, solitária e triste,

por entre as gotas de meu próprio silêncio...

 

Quando os olhos se embriagam desse tempo,

das estações que giram entontecendo o espírito...

Quando os cílios não mais se revestem de incertezas,

de ceticismo e perguntas,

mas se prumam ao encantamento

e ao extraordinário da vida,

é porque os absurdos das perguntas

misturaram-se à lucidez imperturbável

deste pensar direcionado...

deste meditar reflexivo e profundo...

e, já não são mais empecilhos para as mãos de sonho,

nem mais obstáculos para os pés à caminho da luz...

 

Uma luz feliz e a poetisa desperta

em palavras amalgamadas

em ternuras e fogueios de viver

que se acendem no caminho

em busca da noite e do dia comum.

 

Se completa assim, medrado pelo amor,

o ardor pela vida, pelo mundo e sua gente.

E pulsam no peito cinco fontes de esplendor,

todas lapidadas no momento mágico

que, no toldo das horas, se faz acalanto

e luz de esperança para a voz

que, calada, fala ao mundo

um pequeno, mas doce, poema de amor...

 

 

Meu poema de amor é você, 

sou eu, pequena e simples,

à amar com tanta intensidade e fervor...