Amor Eterno

Ainda que a ânsia do tempo a tudo devore,

E que retratos da lembrança venham se tornar,

Ainda imaculados se mantêm os instantes agora,

Pois no firmamento do presente, é meu dever amar.

Ei-la, soberana, cuja beleza ofusca a aurora,

Inominável luz que, como a Lua, faz a noite clarear.

Venero cada traço seu, qual divina senhora,

Em silente devoção, não posso deixar de admirar.

Não são meras histórias, as visões que me encantam,

Estou aqui, testemunha viva deste divino encanto.

E nela, com olhar embriagado, meu espírito se agiganta.

Ainda que o futuro venha e transforme tudo em canto,

Perdura o agora, por um tempo eterno, nesta instância,

E eu a contemplo, absorto em amor e em infindo pranto.

Paulo Afonso Tavares
Enviado por Paulo Afonso Tavares em 27/06/2023
Código do texto: T7823289
Classificação de conteúdo: seguro