CANTO DE AMOR À MULHER ETÉREA

Procuro uma companheira

que me queira tanto

quanto eu a ela.

Não tem que ser bela

mas tem que ser bela

no seu jeito de ser.

(a moça da janela?...)

Preciso de uma companheira

nos meus devaneios

que me ache sempre

quando eu perder

(em busca de um poema)

Procuro uma presença amiga

que acredite em rosas

e plante primaveras

em todas as estações

E beba poesia nas gotas da chuva

E seja uma amada

não casta

não pura

mas que tenha nos olhos

a inocência do bem.

Onde? Onde está você?

Ah, onde está aquela

que foge no vento

que foge do dia

que vem só à noite

na luz do abajur?

É aquela que emana ternura

no olhar de esmeraldas?

É aquela de formas esguias nos claros do sonho?

Por certo será

a moça calada que sai da janela

e desce

na escada

e segue

sozinha

no noturno triste...

Procuro nas faces e nunca te vejo.

Procuro nas almas e nunca te vejo.

E como te amo

(e também te desejo)

E como te busco

E como me iludes

pois és tão etérea,

componho suas formas

de versos com alma

e prendo seu corpo

no corpo moldado

de um simples

poema...

Sidnei Garcia Vilches. (11/06/2004)

Sidnei Garcia Vilches
Enviado por Sidnei Garcia Vilches em 26/06/2023
Código do texto: T7822873
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