AMORES AUSENTES
Numa casinha em frente ao mar, sentada à mesa,
Olhar distante, pensamentos voando além horizonte,
Lá onde a água do mar e as nuvens dos céus,
Num gesto carinhoso se tocam e se dão as mãos;
Posso voar, ver, ao longe, jangadas pequeninas,
Voltando da pesca, sonhos estampados nos rostos,
como se pressa tivessem para voltarem e encontrarem,
na praia seus amores, sua mulheres, seus filhos,
que ansiosos esperam o regresso desses barcos,
lhes trazendo seus homens, seus sonhos de volta ao lar,
NO meio a esta rotina, vejo crianças alegres, correndo,
Felizes, sorrindo, de encontro aos braços dos pais,
São pessoas simples, que buscam no mar, o pão
a realização de seus sonhos, o alimento dos filhos,
de suas crianças que ficam a espera, muitas vezes
com fome, dormindo para não ter que ficarem
saudosas, chorando no colo das mães a presença dos pais,
a ausência, o medo a saudade, todos os dias ,
são seus companheiros até que o sol lhes traga
de volta seus pais, irmãos, seus companheiros;
É uma vida sofrida tendo como acalento a fé,
A crença que lhes ditam a certeza, de novo,
Ver o dia amanhecer, lhes trazendo aos seus braços,
Seus jangadeiros, pescadores e velhos amores;
Maridos cansados, estressados, da labuta da pesca,
A força que tem esta gente, de saber conviver,
Aceitar a sorte, com destreza viver dividindo entre si,
o pão, o peixe fazendo escambo para sobreviverem;
Mesmo sofrida, estão sempre alegres, vivendo,
Do jeito que a sorte lhes permitem viver,
Mesmo assim, se alguém chega, o sorriso estampado,
De braços abertos estão prontos para lhe atender,
Sorrindo, um aperto de mãos, gentilezas a fios,
Problemas esquecidos, brilhos nos olhos, querendo
esquecer a velha rotina que cruza suas vidas,
lhes arrancando dos braços seus amores,seus bem querer.
fama 17-12-2007