AMOR ABSURDO
AMOR ABSURDO
Carrego comigo o grande complexo
De saber que não me queres...
A Deus rogo, contrito e genuflexo,
Porém algo no fundo me segreda
Que escolhi-te mal entre as mulheres.
E assim, vagando sozinho neste mundo,
Sigo a esmo, cabisbaixo e carrancudo,
Qual desconhecido e sujo vagabundo.
__Quebrem-se os ideais, de queda em queda,
Fique meu coração gelado e mudo.
Vague meu ser pelos dias em fora,
Dilua-se mesmo no clarão da Lua,
Se esfrie ao calor do beijo fútil
E mande todos os desejos embora,
Ainda que, insinuante, me apareças nua...
Mas que eu saiba, no tropel surdo
Das ilusões que me apagastes,
Escrever-te o verso do amor absurdo,
Falar da mágoa tão vã e tão inútil
Quanto a rota vida que me roubastes.
Porto Velho, 17 de dezembro de 2007.
Vitor Hugo Bitencourt da Silva