AINDA QUE DISTANTE
Dizem que o amor muda…
É verdade,
Mas há coisas que são sempre constantes
E imutáveis como o quieto filamento do rio
Que corre da nascente até o último
Abraço na calma lagoa em renovação
E circulação permanente…
A vida estremece e muda, tudo cintila,
Centelha e chameja, e por vezes, sentimos
Que passamos longos tempos da vida,
Sentados à lareira, por dentro ruindo como
O esfarelar do carvão consumido que
Um dia chegará a ser pó inerte…
Onde estão os meus pensamentos?
Na inquisição do mundo que não vê com
Bons olhos palavras de sentimento, ternura,
Saudade, amor, entre iguais partilhadas
Ainda que distante…
E quando alguém escolhe viver assim,
Torna-se de imediato imperioso que pareça
Respeitável aos olhos do mundo passa a
Ser um pacto selado…
Ainda assim, escolhi este caminho, por que
Foi em ti que se detiveram os meus olhos,
E és tu que me fazes mover
E sustentar a forma onde moldo a tolerância,
A ternura, o carinho e o amor…