Balançar das ondas
O toque sinuoso foi escaneado pela película da sensibilidade, nostalgia num canto retrô. Gotículas de orvalho caiam sobre meus fios de cabelos ao sopror. As palavras iam, voltavam, encantavam, como o toque de uma borboleta sobre minha face.
Os olhos brilhavam como as estrelas do céu, a voz, a vibração da canção. Estórias de uma vida em estações, conduzida pelo estro, o verve coexiste em minha visão, em minhas mãos, em meu coração.
Meras ações transfiguradas em escritos, perversos, inversos. Uma ambiguidade, uma antítese. Enxerguei em tons de azul a neblina que encobria a paisagem da viagem sem fim.
As nuvens dialogavam comigo, eram como uma obra de Van Gogh, ou um escrito de Drummond. O vento balanceava as cortinas vinho tinto, a música rolava ao som de Bon Jovi. A guitarra recitava em versos o que eu não podia datilografar.
As tintas jorradas ao ar, ao mar, num balançar de ondas. Quebradas, completas, simples e compostas.
Além do que os olhos podem enxergar, assim és tu, assim sou eu!
- PILLAR 🌊