TEIA DE MENTIRAS
Inesquecível em mim,
Teus encantos que se mostram,
Para que eu possa vir a sentir algo,
Num lampejo, ao desejar dormir.
E nisso, vejo uma teia de mentiras,
Por onde nas minhas utopias vens a estar,
Andando por um mero e simples segundo,
Nos momentos em que estão estreitos os nós.
E a voz que vem dos breus
A ouço então a confessar,
Coisas dos quais eu queria,
Mas que estou tentado a negar.
Que eu nasci para viver,
Numa ansiedade imortal!
Queimando-me num fogo ardente,
Quando os versos, atraentes, já não são mais.
Entretanto, é em ti que encontrei,
Cegamente, a inspiração para escrever,
Mesmo tão livre, mas muito ausente,
Dos significados dos símbolos,
A qual me pertencem.
Eis que venho a tatuar na própria pele,
A estrela de David que sempre me segue,
Numa proteção a levar-me até as lembranças,
De quem deixa-se ser envolvido demais,
Pela epifania que, somente teu olhar traz.
Queria dar-te o mundo,
Para onde nossos passos iriam,
Contudo, a alma adivinha,
Que a cada versão distorcida,
É o conduit indefinido,
Do qual sou arrastado,
Pela falta de minha razão.
Poema n.2.974/ n.43 de 2023.