DINASTIA DE ROSAS
o pássaro de fogo deixou a lenda
quem viu a caravana estender nos varais sonhos de renda?
andei por incontáveis estradas sempre desertas, apenas o mar por companhia certa/
a descendência é sideral,
evidente o amor nasceu quando o tempo guardava segredos
e dançavas plena de magia na tenda após as batalhas quando reinamos na Acádia
e o amor além dos pomares trouxe a visão boreal
e permaneço insone de olho na miragem que inflama o deserto de sal
espiritualidade requer virtude
- afastada a etiqueta religiosa/
sob tua janela vibrei apaixonadamente o alaúde recebendo dos ares teu perfume que fundou uma dinastia de rosas,
quando entendi que o boto e o tigre exercem adivinhações sorrateiras
e as ruínas dos impérios viram quinquilharias nas feiras
- aprendi a certeza de que só há sentido em dedicar a existência a uma mulher
porque o contrário de viver é deixar na adega a moeda do querer
e pouco importa quantas madrugadas até chegar a ti
de todas as riquezas estelares ambiciono teu sorriso que é a melodia da aura
certo de cavalgarmos em prados que brindaram amoras pelo carmim
és tão inteira quando o luar nas águas azuis se instaura
pretéritos queimam e apenas o que é elemental
mostra a face, chegou a hora de deixar armaduras emocionais na beira do caminho
e viver o amor definitivo no qual o castelo da fada é o ninho