ILHA DESERTA

Pouco não chega e muito não basta, o tempo se arrasta

E ela fazendo charme ao sair do banho, estranho saber

Que adia o que diz querer mais que chocolate, ir de iate

À ilha deserta e se ver descoberta num descuido da lua.

A areia parece melhor que a esteira, besteira não se dar

O direito de rolar e empunhar seu troféu sem véu, o céu

Parece se envergonhar, enquanto ela quer se lambuzar,

Se empapuçar, açúcar, creme, sem leme, ao deus dará.

Feito gatilho, um brilho entre estrelas acuadas e tímidas,

Suas mímicas parecem falar, contar desejos, os festejos

Vão se prolongar noite adentro, cem por cento garantido,

Tudo faz sentido, é permitido até o fim do ato, eis o trato.

Quando desperta, realidade ou ficção, ação ou um sonho

Como tantos que já teve, quantas vezes se deteve, medo

Como inimigo, perigo ou indecisão, curte a ilusão, a visão

De que o mar está para peixe, quem sabe, deixe-se levar.

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Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 23/06/2023
Código do texto: T7820534
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