É o que vivo, o que penso:
Essa "ideia surrealista de que a poesia deve ser vivida" (Morin)
e que ela exprime nossa natureza humana,
tão extraordinamente, tão inusitadamente
que a autonomia do espírito
se torna avassaladoramente pura
em nosso fazer poético, pois que alma
a si própria se desenha no papel em branco...
Diz a mente da complexidade
que é a poesia vivida que desenvolve
a concepção da vida humana bipolarizada
entre a prosa e a poesia...
e, penso, que elas coexistem...
como coexiste a alma no corpo...
como coexiste em nós o mesmo coração...
assim, simultaneamente,
como o é a multidimensionalidade
de um habitar em si, a existencialidade
de uma mesma realidade...
É a poesia que exprime todos nossos segredos,
nossos mistérios e enigmas
(até os mais profundos e mais perto de mim, você).
É ela que nos torna perfeitos em nossas imperfeições,
exalta o sentido poético de nossas revoltas,
de nossas fragilidades mais íntimas
e as nossas mais profundas aspirações e inspirações.
É quando descubro que respiro você
- como respiras a mim -
aspiro tua alma e me deleito em te amar
tão assim, profunda e ardentemente.
És a ternura em minha alma,
a aurora de meu amanhecer,
és a necessidade imperiosa e ardente
de a ti, meu amor, em minha totalidade,
me entregar, contigo ser, viver e morrer...
Eu te amo: eu também te amo,
meu amor lindo e querido!