BATALHA
...
Nos momentos difíceis
Mais difíceis
Meu amor ataca-me
sem piedade
Um exército contra nós
Eu sozinho na frente
sem pé
mão de igualdade
E ela alvejando-me as costas
com o furor dos inimigos,
se maior, não for.
Luta travada, adversário vencido
E o amor
lado a lado retorna
Estamos juntos, a tudo venceremos,
Nosso invencível louvor.
E se tivesse a luta perdido?
Voltasse manco ou sem forma
Remendado em trapos ou menos,
Seria esse amor possível ?
Essa batalha em duas linhas é cansativa
Na paz, anjos, balões e folguedos,
Na guerra, nem um sorriso, abraço, brinquedo,
Nada, nada, nada de sossego.
Parece existir sempre duas vítimas
Nesse caminho de tropeço
A que foge e abandona
A que luta sozinho em desespero.
Um dia desses, serei vencido lá na frente.
Balas cravadas no peito,
ou flechas ripadas sem pudor,
com e sem
mil e dois trejeitos.