BATALHA

...

Nos momentos difíceis

Mais difíceis

Meu amor ataca-me

sem piedade

Um exército contra nós

Eu sozinho na frente

sem pé

mão de igualdade

E ela alvejando-me as costas

com o furor dos inimigos,

se maior, não for.

Luta travada, adversário vencido

E o amor

lado a lado retorna

Estamos juntos, a tudo venceremos,

Nosso invencível louvor.

E se tivesse a luta perdido?

Voltasse manco ou sem forma

Remendado em trapos ou menos,

Seria esse amor possível ?

Essa batalha em duas linhas é cansativa

Na paz, anjos, balões e folguedos,

Na guerra, nem um sorriso, abraço, brinquedo,

Nada, nada, nada de sossego.

Parece existir sempre duas vítimas

Nesse caminho de tropeço

A que foge e abandona

A que luta sozinho em desespero.

Um dia desses, serei vencido lá na frente.

Balas cravadas no peito,

ou flechas ripadas sem pudor,

com e sem

mil e dois trejeitos.

Olisomar Pires
Enviado por Olisomar Pires em 22/06/2023
Reeditado em 27/06/2023
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