Destino

Te alimento, pássaro canoro, com minhas palavras...

Ou te falo no rescaldo do poeta filósofo...

Esse, que me toca a alma em meus sozinhos,

quando ela se perde de si e, por algum motivo,

não consegue abrir a envergadura de suas asas para o voo...

É quando cala as asas, cola-as ao próprio corpo

e procura nas palavras do passado uma sombra de paz

que ilumine a hora do tempo,

que ressuscite o espirito

alquebrado pela dor e pela solidão...

ou pelo sentir-se só... mas, em solitude de vida.

 

É que no silêncio você também sempre me vem.

E em meio ao barulho te tenho da mesma forma.

É que te ouço em meu silêncio interior no alvoroço

e te ausculto quando silencia o mundo ao meu redor

e o meu peito mergulha profundezas silentes

para respirar o sol ou banhar-se na chuva,

aspirar o pó das estrelas e da gênese do amor e da vida. 

 

Meus medos também são assustadores.

Também me assombram a alma.

Mas me agarro em ti e no amor que te tenho

para suportar a angústia.

É quando o silêncio distancia o mal

e me faz perceber que a paz que reside ali

é uníssona ao meu/teu coração....

Coração que segue seu destino sagrado que é amar,

esse sentido profundo da vida,

que se encontra no "espírito do tempo",

na gênese do mundo e hoje habita em mim...