Sete Cidades(O que é que eu vou fazer agora para ti esquecer...)

Sete Cidades.

Poesia em movimento, isso que eu penso quando ti vejo.

O caminho do meio, um campo de girasol sem sol,

um caminho que me leve a você, esse é perfeito.

Você viajou, deixou uma passagem na mesa,

mas não deixou nenhum recado.

Esqueceu de regar as plantas de plástico.

“O desejo que arde, a paixão que arrebata”, vou atrás,

Sete Cidades, no Piauí, estou eu aqui, para pedir desculpas.

Mas lembro das pedras esculpidas pelo tempo,

as vezes o tempo só causa erosão,

as vezes é ancora de salvação.

A caatinga como cenário, a natureza sempre sobrevive,

já o amor, tem sempre que ser regado.

Muito bem cuidado! Quanto ao cenário,

milhões de anos de trabalho. Que artista e esse?

Que criou a natureza, para quem não acredita em Deus,

só um milagre para poder explicar.

E milagre quer dizer: feito ou ocorrência extraordinária,

não explicável pelas leis da natureza.

Olha Deus outra vez, é sempre bom estar com ele,

afinal ele está em todos os lugares.

Milhões de anos, do rosto do imperador ao arco do triunfo.

E antes de ir embora, a surpresa! Olho pra trás,

e não viro estatua de sal, só a imagem do seu rosto,

ao lado do meu, e posso até ler os hierógrifos nas pedras,

que dizem: para “Sempre” em nome dos Deuses.

Então te vejo, cheia de poeira, te reconheço,

pela imensa beleza que te acompanha,

e pela calça cáqui e a camisa que ti dei, no teu aniversário.

Dizendo: meu namorado está aonde eu estou.

E eu com minha camisa preta com os dizeres:

onde você estiver, eu estarei. Lembro da letra da música,

da Célia e do Ricardo, “O que eu vou fazer agora para ti esquecer...

se todos os lugares que eu vou, me lembram você.” Essa música é linda.

Com certeza nosso amor nunca vai acabar,

pensando bem, ele nem começou.

Ricardo.