LA QUIETUD

Desperto-me sem motivo aparente,

E tudo o que encontro está em ti!

Não sei se nego-me a existência,

Mas o véu do meu mundo já caiu.

Como posso esquecer-te neste fim,

Se ainda existe um pouco de você aqui?

Numa essência de mulher que perfuma,

Lugares dos quais nunca senti!

Nem amanheceu direito e já entorpeci!

Num olhar que tão somente o seu,

É capaz de refletir, bem mais que o sol,

E nem a lua se opõe para definir.

Imponderável! Condescendente!

Libertação que é vida num presente.

Se ao menos pudesse te conhecer,

Não privaria-me do teu rosto vir a ver.

Para então, enfim, poder dizer-te:

-Que el agua que bebiste en el desierto,

Solo lo volverás a beber,

Cuando en mis brazos vuelvo a encontrar la quietud.

Así que soy un prisionero de un privilegio,

Cuja a realidade é inconcebível,

Já longe de todas as verdades que abrigam-me,

Interminavelmente numa magia de sigilo.

Onde as marcas de um tempo,

Não convence, nem apagam o que se escreve,

Sendo inquestionável de todas as formas,

A maneira com que tenho me auto sabotando.

Se queres que eu conte alguma coisa,

Isso é impossível de decorrer,

Uma vez que há tantas dúvidas,

Levando-me a inquirir sobre quem queremos ser.

Poema n.2.973/ n.412 de 2023.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 18/06/2023
Código do texto: T7816534
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