LA QUIETUD
Desperto-me sem motivo aparente,
E tudo o que encontro está em ti!
Não sei se nego-me a existência,
Mas o véu do meu mundo já caiu.
Como posso esquecer-te neste fim,
Se ainda existe um pouco de você aqui?
Numa essência de mulher que perfuma,
Lugares dos quais nunca senti!
Nem amanheceu direito e já entorpeci!
Num olhar que tão somente o seu,
É capaz de refletir, bem mais que o sol,
E nem a lua se opõe para definir.
Imponderável! Condescendente!
Libertação que é vida num presente.
Se ao menos pudesse te conhecer,
Não privaria-me do teu rosto vir a ver.
Para então, enfim, poder dizer-te:
-Que el agua que bebiste en el desierto,
Solo lo volverás a beber,
Cuando en mis brazos vuelvo a encontrar la quietud.
Así que soy un prisionero de un privilegio,
Cuja a realidade é inconcebível,
Já longe de todas as verdades que abrigam-me,
Interminavelmente numa magia de sigilo.
Onde as marcas de um tempo,
Não convence, nem apagam o que se escreve,
Sendo inquestionável de todas as formas,
A maneira com que tenho me auto sabotando.
Se queres que eu conte alguma coisa,
Isso é impossível de decorrer,
Uma vez que há tantas dúvidas,
Levando-me a inquirir sobre quem queremos ser.
Poema n.2.973/ n.412 de 2023.