Minhas Palavras-Ferrões

No jardim da minha alma, outrora em flor,

Plantei palavras, sem notar seu ardor,

Como abelhas inquietas, lançaram seu ferrão,

Machucando corações, causando a desilusão.

Como néctar doce, minhas palavras surgiam,

Mas sua doçura, agora, em fel se convertia,

Pétalas de alegria murchariam ao chão,

Envenenadas pelo veneno da minha aflição.

Ah, como eu queria voltar atrás no tempo,

Para apagar as palavras, livrar-me do tormento,

Ver no olhar magoado o brilho ressurgir,

E curar as feridas que causei sem consentir.

Arrependido, carrego o peso da tristeza,

Remorso que penetra, dilacera a natureza,

As palavras, outrora liberdade e canção,

Hoje são grilhões, amargura e solidão.

Que este poema seja um pedido sincero,

Àquela que feri, a quem deixei no desespero,

Que minhas palavras possam ser como asas,

Que curem as feridas e suavizem as desgraças.

A abelha, no meu peito, agora morre em pranto,

Deixando um rastro de saudade, eterno encanto,

Que o perdão, como um zumbido suave, ecoe,

E faça renascer a esperança, meu último desejo.

Verny Clovek
Enviado por Verny Clovek em 16/06/2023
Código do texto: T7815108
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