EVIDENCIAS (parte 2)

Quando proclamo que renunciei a te amar,

É como desvendar um enigma sutil,

Uma proclamação intricada que busca ocultar,

O incontestável que habita em meu peito.

As palavras, ardilosas, escorrem dos meus lábios,

Numa tentativa inútil de refutar a verdade,

Pois, mesmo assegurando não almejar mais por ti,

Meu coração palpita freneticamente, implorando por tua presença.

Um temor insano habita em meu ser,

O receio de entregar-te minha essência por completo,

De confessar que estou cativo em tuas mãos habilidosas.

No entanto, ousar imaginar o que seria de mim,

Caso o destino se apropriasse de tua existência,

É um ato que roça a beira da insanidade,

É como adentrar um labirinto sombrio,

Onde os caminhos se entrelaçam e a escuridão me envolve.

Eu me afasto, tento me resguardar de ti,

Mas então, qual folha levada pela brisa,

Me submeto à tua órbita sedutora.

Faço uso de artifícios, proferindo palavras que não me representam,

Tentando enganar o mundo, porém no íntimo,

Repudio minha própria farsa.

Pois, na realidade, minha demência é alimentada,

Pela chama ardente que por ti arde.

E é esse sentimento avassalador que me apavora,

Pois temo perder-me em tuas veredas desconhecidas.

Necessito encarar a realidade, aceitar,

Que não há mais espaço para apartar nossos destinos entrelaçados.

Nesta encruzilhada da vida, enquanto assevero com veemência,

Que não te desejo, iludo as aparências,

Escondendo os sinais que denunciam meu amor.

Contudo, por que encenar esta farsa enganosa,

Se meu coração, fiel guardião da verdade,

Não pode ser ludibriado?

Eu sei que te amo, é uma certeza,

Que permeia minha existência.

Basta de artifícios, de negar os anelos mais profundos,

Que emergem em meu ser.

Anelo por ti além das fronteiras do possível,

Anelo por teu beijo como uma ânsia incontrolável.

Entrego-te, de boa vontade, minha vida,

Para que a modeles conforme teu desejo.

Apenas almejo ouvir de teus lábios,

A confirmação tão desejada, um "sim" que ecoe,

Pelo universo e derrube todas as barreiras.

Diz-me que é verídico, que a saudade te envolve,

Que meu nome ainda permeia teus pensamentos com frequência.

Diz-me que é verídico, que a chama do amor por mim,

Ainda arde em teu peito, que anseias viver,

Exclusivamente para mim.

Pois é nessa verdade compartilhada,

Que encontrarei o refúgio para minha alma inquieta,

A certeza de que nossos caminhos são entrelaçados,

E que, juntos, escreveremos uma história digna de eternidade.

I.A.

POETA ISAÍAS AMORIM
Enviado por POETA ISAÍAS AMORIM em 13/06/2023
Código do texto: T7813073
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