NOITES DE QUINTAIS
Cerca de Jurema,
arame farpado,
mandacaru
e jenipapo.
O brilho das estrelas
acendia a fogueira
na escuridão
dos meus quintais.
De repente,
no céu do sertão,
o risco da cadente
escrevia
no firmamento
os sonhos da gente.
Garças e corujas,
sombra de algaroba,
laranjais, sapos
e o verde
dos umbuzeiros.
A tigresa revelava
a sua beleza
no inverso do querer
e nos suspiros
soltos pelo ar.
A noite clarificou
com seu sorriso
aquele instante,
na noite de São João.
No meu quintal
plantei o beijo,
a saudade e o desejo
na luz do teu olhar.