NOITES DE QUINTAIS

Cerca de Jurema,

arame farpado,

mandacaru

e jenipapo.

O brilho das estrelas

acendia a fogueira

na escuridão

dos meus quintais.

De repente,

no céu do sertão,

o risco da cadente

escrevia

no firmamento

os sonhos da gente.

Garças e corujas,

sombra de algaroba,

laranjais, sapos

e o verde

dos umbuzeiros.

A tigresa revelava

a sua beleza

no inverso do querer

e nos suspiros

soltos pelo ar.

A noite clarificou

com seu sorriso

aquele instante,

na noite de São João.

No meu quintal

plantei o beijo,

a saudade e o desejo

na luz do teu olhar.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 12/06/2023
Reeditado em 13/06/2023
Código do texto: T7812198
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