Espelho do afeto
Em tempos idos de amores sãos,
De mãos que se davam à bela arte
A parte, incompletude e o ardor
Embriagavam de amor os boêmios
Suspiros ao vê-lo, um calor perfeito
Olhares tímidos, sopros ardentes,
Teço palavras castas e reluzentes
Para envolver a ti, maravilhar a ti
Oh cores, estas cores de encantar
Oh abraços, tão cálidos abraços
Quero me aninhar em teu peito
No jardim eleito da calma que és
Verdejantes são os versos do cantor
De toada e dulçor ressoa a cantiga
O rubor dos teus lábios, meu senhor,
É a chama que me aquece e me abriga
Assim, em rondas me entrego
Ao clamor que me excede o coração
E transborda os poros corporais
Selando, ademais, a nossa união
Oh tempo, benfazejo tempo de amar
Fiques suspenso nas rimas, no ar
Acolha de bom grado este conselho:
Queremos eterno o espelho do afeto
Que viva hoje tal sempiterno afeto
Afeito às espumas suspensas do céu
Aurora e ocaso, alvorada e poente
O quente aquarelar do céu, queremos
*𝘗𝘢𝘳𝘢 𝘡𝘦𝘤𝘢 𝘍𝘦𝘳𝘳𝘦𝘪𝘳𝘢