FORA DE ALCANCE
Tenho ciúmes da água, que teu corpo banha,
Acariciando-o, sensual e mansa
Quanto apenas eu, deveria ser!
Tenho ciúmes do sol, que te beija o rosto,
Banhando-te em ouro e te sendo pôsto,
Como rotina agradável, ao querer.
Ciúmes tenho da tua lágrima, que, rolando,
Acaba tua boca beijando,
Solvendo a tua saliva, por prazer...
Ciúmes tenho da tua sombra que te segue;
Que, mesmo constante, nunca te fere,
E que, enquanto dormes, ansia por te ver...
Ciúmes tenho de tudo que te ocorre,
Do poder, que, por natureza, me foge,
Enciumando, assim, o meu viver!