Amores Mortos
No leito pálido dos amores mortos,
Em tênue melancolia embalados,
Os sonhos sepultados, dilacerados,
Dor eterna que em meu peito é aflorada.
De ardentes chamas já fomos envoltos,
Erguemos castelos, tão apaixonados,
Mas hoje, nas lembranças esmaecidos,
Restam apenas versos desconsolados.
Amores que um dia foram vivos, plenos,
Hoje vagueiam em sombras silenciosas,
Ecoando suspiros em desalento.
A vida, que outrora abraçamos juntos,
Tornou-se um fado de tristezas mui dóceis,
E a morte cobriu de luto os nossos pontos.
Mas na memória, ainda há um rastro tênue,
Um fio de esperança em meio à dor,
Que relembra a chama que foi ardente,
E acende o coração com novo ardor.
Pois mesmo na ausência e na despedida,
Permanece a essência do que foi vivido,
E as lembranças, mesmo melancólicas,
Guardam tesouros em seu abrigo.
Então ergo este soneto em tua honra,
Amores mortos que renascem em versos,
Porque a poesia é eterna, sejam quais forem os destinos,
E os amores findos seguem em universos.
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©
Giovanni Pelluzzi