O ERRANTE, NASCER DO SOL & MOMENTOS
O ERRANTE
Olavo de Araujo
Eu vou contar prá vocês, uma estória de arrepiar
O meu pai velho Tropeiro é que vivia a falar,
Que em suas viagens a cavalo, por onde tinha que passar
Acontecia certas coisas que aqui eu vou citar.
Um dia já bem distante numa cidade do interior
Um cavaleiro errante, uma canção pois-se a cantar,
Falava de um amor verdadeiro que mexeu seu coração,
Sobre uma amazona bonita que era dona do lugar.
Sua elegância e seus dotes chamavam muita atenção,
Havia muitos vaqueiros a disputar seu coração,
Que vinham de muito distante do fundo de algum sertão
Só prá conhecer a garota e viver uma ilusão.
Ela era simples e faceira, de beleza sem igual,
Sorria prá todo mundo sem nenhuma distinção
Pois fazia tudo isso e achava natural,
Porém ela não sabia que com essa alegria está fazendo um mal.
Peão este, apaixonado, pela linda amazona,
Espreitava sua passagem e onde quer que ela estava
Sofria, mais não falava prá ninguém de seu amor
Se um dia criar coragem quem sabe mande uma flor.
Ela de nada sabia, do amor desse peão,
E começou a namorar o errante cantador
Que por ali só passará prá se apresentar no show,
E também nem desconfiara que despertara esse amor
Quando partiu da cidade, prá as andanças continuar
A amazona bonita, então desatou a chorar,
De saudades a coitada nem quis mais se arrumar
E o peão apaixonado bem que tentou consolar.
O peão de tão insistente, com o pai dela foi falar
O pai que é do estilo antigo já determinou a casar
Não importava se ela não gostava, com tempo irá gostar
E o peão que se virasse já que veio, vai ficar.
O tempo passou, mais a moça nada de se aprumar
Sonhava com o errante, achando que ia voltar
E se isso acontecesse, junto com ele viajar
E deixaria o peão prá nunca mais encontrar.
Um dia o cantor voltou, nessa cidade se apresentar
A amazona, bonita correu para se arrumar
E lá onde estava o palco ela foi para saudar
Aquele cantor errante que deixou seu coração a sangrar.
Mais grande foi a surpresa quando o cantor se apresentou
Ela olhou prá cara dele, e nesse instante ela notou
Que aquele amor que existiu foi produto de ilusão
Voltou para seu marido que sempre a tratou com atenção
Daquele dia em diante não mais deixou de se arrumar
Prá alegrar aquele peão, que não a deixou de amar,
O seu sorriso voltou, voltou também a montar
Mais madura e ainda faceira, só ao peão queria olhar.
Assim termina esta estória, que nem sei se contei direito,
Importante mesmo é saber que o casal seguiu feliz,
Que precisou o tempo seguir seu destino, para tudo poder mostrar
E a perseverança do peão que soube sempre esperar.
A vida tem altos e baixos, todo mundo sabe disso
Quem espera sempre alcança, e ele esperou por isso
Agora vive feliz, pois bem que ele merece,
Foi paciente o tempo todo e Deus atendeu suas preces.
Depois disso o errante nunca mais apareceu
Nunca mais se falou nisso e o povo esqueceu
Assim termina a estória e foi como aconteceu
Acredite você ou não esse errante sou eu.
NASCER DO SOL
Olavo de Araujo - 1999
Ao nascer do sol eu senti
Uma saudade imensa de ti
Nesse instante refleti
Que junto de ti eu vivi.
Momentos de muita alegria
Momentos de grande amor
Cantando com toda euforia
Cantando todo meu amor.
Chegou a noite e eu
Ainda em você pensava
Pensava no quanto te amava
E por onde você andava.
Assim eu adormeci
Abraçado ao travesseiro
E com ele me pareceu sentir
Seu perfume, o seu cheiro.
Daqui a pouco acordarei
Novo sol irá brilhar
Eu ainda a refletir
Quanto foi bom te amar.
MOMENTOS
Olavo de Araujo -1999.
Em todos os momentos vividos
Tem um que marcamos prá sempre
É aquele do primeiro amor
Que nunca foi esquecido.
O meu primeiro amor verdadeiro
Nasceu de uma troca de olhar
Naquele instante senti
Que prá sempre iria te amar.
Ainda tenho saudade do primeiro
Aperto de mão,
O nosso primeiro abraço
Ainda sinto a pressão
E o nosso primeiro beijo
Ainda guardo no coração.
Olho em você e me lembro
Com muito amor e emoção
Que tudo que já passamos
É que aumenta a paixão.