Savoir-Vivre II

É um mergulho na existência

que revela,

no fundo, bem fundo,

a essência de quem se é...

 

Tornar-se profundo?

Não, não...

não quero mais...

Já vivo profundidades

que ninguém mais quer...

Não, não quero mais...

Nem desejo que seja esse

o escrutinar das minhas cantigas,

embora sei que seja...

 

É que morreu o sonho,

morreu o crepúsculo

das (in)desistências

e as feridas abertas

riscam linhas em branco

que o poeta não escreve

por suas ânsias de ver sonhar

a alma de flor candente

em constante ebulição.

 

Que nada se decante,

que não haja mais pousos nas manhãs

já que não há a possibilidade de o amanhã existir

e as probabilidades, em geral, morrem

nas primeiras luzes do alvorecer...

 

Que nada deságue,

que não se vejam mais crepúsculos do amor

e que a noite termine em silêncios...

com dedos desenhando paixão

tocando de luz a face

enternecida de eterno amor...

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que seja sempre dois,

em um só coração...