Nimbo de Amor

Despencam cascatas

de lágrimas tão generosas dos olhos da alma

que laivos aperolados de dor e amor

se desenham no riscado da pele.

 

Sou essa cara comum entre o povo,

esse corpo desfeito de belezas

e carregado de brisas desmormentas,

empoeiradas de estradas

que destrambelhei até te encontrar.

 

E me pergunto:

e agora?

será que não sou

mais eu?

Como me entender

e isso responder

se já não me

pertenço mais?

 

Se não sou eu,

sou você

e se sou você

não sou mais eu

que vive em mim... 

 

Sei, por experiência própria,

que não existem olhos secos na multidão

e que há sempre um rascunho sendo escrito

na face nimbada de amor.