Dom do Abstrato

Ah! sentir o dom do abstrato

Como um caule seco sem vida

Viver sem o nexo nem tacto

Ser no mundo cerca altiva

Ser grudento como o visgo

Dos que vivem nos desvios

Enredando as pedras dos rios

Como algas a procura de vius

A obscuridade incompreensível

Ao vagar os corações doentes

E também uma infecunda semente

Inerte em misterioso frio

E que se arrasta mas cobra

Que mordeu seu próprio rabo

Que lucidamente nunca sentiu

Amor lactente desmensurado

Ah! Talvez não sentir seja a

unica maneira de continuar vivo.