O fim

O fim aqui nunca é um fim

Se sempre há novos começos

Pois ainda arde em mim

O fervor pós os tropeços

A dupla fenomenal

Que trava briga banal

Se reconhecem no sentimental

E se embrenham no carnal

A mesma dama

Recatada e do bem fazer

É aquela que na cama

Geme e se entrega ao prazer

O cavalheiro romântico

Que faz verso e canção

É o mesmo que a dama fisga com encanto

No vulcão da paixão.

Dama entregue mas dominadora

Cavalheiro dominador que se entrega

Numa novela sedutora

Que não acaba e nem dá trégua

A mesma trama em várias nuances

De um enredo em curso

De corpos e almas em enlaces

De altos e baixos no percurso

Todo aparato de resistência cai

E postura de recato se esvai

Quando o calafrio do tesão

Em ambos aciona o vulcão

Pra que tanto mistério

Provocação e distância

Se remetente e destinatário

Estão na mesma instância

É uma luta tola e desigual

Quando em faíscas se estranham

Pois não há nada igual

Quando no encontro se emaranham.

É sublime e ardente

Em volúpia dominador

Não há água de nascente

Que apague este calor... de ardor...de amor...

Ana Lu Portes Juiz de Fora 09 de junho, 2023

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 09/06/2023
Reeditado em 09/06/2023
Código do texto: T7809343
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