Rapunzel na varanda

Na varanda, ela se debruça solitária,

Cabelos longos, como trama imaginária.

Minha Rapunzel, presa na torre urbana,

Vigiando a paisagem, sonhando com a vida insana.

Seus olhos cansados refletem a rotina,

O tempo passando, sem trégua, sem sina.

Entre os fios de cabelo, histórias se entrelaçam,

Memórias que vivem, enquanto as horas se deslaçam.

Ela observa a cidade, lá embaixo, em rebuliço,

As pessoas apressadas, sem notar seu feitiço.

Sonha com a liberdade, um vento que a carregue,

Para além dos limites, onde a vida se desvende.

Os dias se arrastam, monótonos e iguais,

Ela anseia pela mudança, por novos ideais.

Mas sua torre é invisível, erguida pelos medos,

Acomodada na varanda, ela adia seus segredos.

Enquanto o sol se põe e a noite se aproxima,

Ela sussurra desejos às estrelas em rima.

Quer ser mais do que uma silhueta na janela,

Quer desvendar o mundo, ser protagonista na novela.

Mas a vida real é dura, impondo suas amarras,

Ela se perde na ilusão das histórias que narra.

Minha Rapunzel na varanda, aprisionada em si mesma,

Esperando o momento de abandonar a inércia.

Um dia, quem sabe, suas tranças serão a escada,

Que a levará para fora, para uma vida bem contada.

E ela descerá da torre com passos firmes e confiantes,

Enfrentando seus medos, superando os obstáculos constantes.

Minha Rapunzel na varanda, um retrato da realidade,

Sonhando com a liberdade, com a sua própria identidade.

Que um dia suas amarras se desfaçam por completo,

E ela seja a protagonista do seu próprio afeto.

PauloPereira
Enviado por PauloPereira em 08/06/2023
Código do texto: T7808589
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