AMOR PERDIDO NAS CATARATAS



Meu amor, onde estás que não te vejo,
Responda-me, eu estou nas tuas alturas,
Gritando no precipício das águas do Iguaçu,
Valha-me, com teu suntuoso beijo.

Regresse amor, volte amor, escuta-me,
Perdido neste vale de palmas e espumas,
Berrantes e estrondeantes no meu peito,
Não me deixes assim, sem tuas plumas.

Nem tua fauna e flora me abastecem,
Será que estais nas profundezas de Itaipu?
Meu corpo se perde nas tuas cachoeiras,
Do abismo sentimental de tuas águas.

Aí de mim Naipi, que não me socorres,
Não me aparas em teu assoalho,
E deixas as revoltadas baterem firme,
Dentre as costas verdes desse leito.

Onde estais? No parque de cabelos atlânticos!
Enfadado pelas correntezas e traga do guarani,
Assegura-me em teus sublimes braços macios,
E não me deixes sozinho no guarda-voz.

Não haverá fendas d`água em correntezas,
Pelo grande amorável que tens por mim,
Vens ao meu encontro no ápice das Cataratas,
Vou te ofertar e regozijar muitos jasmins.

Enleva nas ribanceiras de três pátrias por mim,
Não me levas da tua foz pro rio Paraná,
Não me deixes ferver na tua boca erosiva,
Das corredeiras desvairadas sem fim.

ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 29/11/2005
Reeditado em 25/09/2011
Código do texto: T78085
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