JUROS DA PAIXÃO


Preso o meu coração,
Assustado e fugindo,
Dos juros do amor.

Que atravessa cobrando,
Batendo entre os dentes,
A cártula da paixão.

Correções e multas,
Mutilam as chances,
Que clama e ruge,
Até rumar na fuga.

Invade os passos trêmulos,
Amarguras do singelo compasso,
Feridas não cicatrizadas,
Razão larga da esperança em laços.

Volto, e me pergunto:
Dentro de mim não há luz,
Não posso liquidar este débito,
Vou embora, será que fui?

Insana conta sem giz,
Alanceando o meu nariz,
Por afetos desfeitos,
E que agora não condiz.





ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 29/11/2005
Reeditado em 07/02/2008
Código do texto: T78082
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