LÁGRIMAS
Diáfanas, mudas, silentes
Álgidas carícias amenas
Tocam as fácies puras... Obscenas
Banhando os segredos velados - Tuas confidentes!
Eternizado teu pranto ao retrato
Perdoa, se achei tão belo!
Foi o desejo, o anseio, o anelo
A face sedutora do caminho ingrato!
Fluídas lágrimas, evocam o frescor dos licores
Que ungem os lábios hirtos, em ardores
Mentem, porém, os que a viram soluçar...
Roubada a beleza da pintura
Vertiam as folhas e teus olhos - Isentos da amargura
Fora o orvalho que as fez chorar!
===================================
Observação
“pintura” no texto se refere à pintura de Claude Monet - "Morning on the Seine in the Rain”