NÃO SOU DULCINÉIA, EU EXISTO!...
Carmen Cristal
Ah!.. Meu amor... Que mal há nisso?
Deixa eu ficar aqui, deixa eu te olhar!
Que mal pode fazer um sentir assim?
Por Deus, deixa eu te amar!...
O sonho é que eu possa, a parte,
ouvir da tua boca, que me amas
mas, enquanto isso, não te importe,
deixa que eu viva por ti, te amando!
Aos inocentes, aos justos
que trazem no coração o bem,
o querer dar o melhor de si,
Deus estará ali para abençoar!...
Um dia, já sofri por amor!...
Hoje não mais, eu aprendi
que "amor e dor" são maneiras
de sentir a vida com exuberância!
Que culpas pode ter um coração
que chora por amar perdidamente
ou, na mesma intensidade e loucura,
Estar apaixonado, rir e assim ser feliz?
Louca!...Louca!... Que das loucuras
de Dom Quixote se viu Dulcinéia
de um Cervantes apaixonado!...
Lutando com meus próprios gigantes...
Meu amor, não te importes!...
És livre para ser e viver o que quiser,
Só não me perca pois, o dia
Que eu não estiver mais irás sentir
e mesmo que eu tenha sido apenas
o imaginário burlesco de um louco,
eu mais que todos sei do meu sentir
do desejo de ser amada por ti!...
ninguém te amou ou te amara
o tanto quanto eu te amei!...
por ti totalmente me entreguei
fui a chama do amor e da poesia!...
Meu Príncipe, meu Cavaleiro errante
não me faça distante dos teus braços
te quero, me salve de tantos augúrios,
do que vira na solidão de mundos sem amor!
Para meus poetas-amigos
por tudo o quanto me incentivam, obrigada:
ChicoDeGóis (Francisco Assis Góis)
André L C Mello
Dulcineia de Toboso pode ser identificada como uma
personagem fictícia da obra Dom Quixote,
que é uma mulher imaginária, perfeita, inspirada
na ideia de reencarnação da beleza e da virtude.
Compreende uma personagem frequentemente
vocada por Dom Quixote, e por muitas vezes,
é tida como uma das personagens principais.
Em sua imaginação, Dulcineia compreende a verdadeira
inspiração para Dom Quixote e suas realizações.
"Sancho Pansa
irado com D. Quixote por não casar com Dulcineia:"
— Juro e rejuro por vida minha que não tem Vossa Mercê,
senhor D. Quixote, o juízo inteiro. Pois como é possível
pôr Vossa Mercê em dúvida casar-se com tão alta Princesa
como esta? pensa que a fortuna lhe há-de oferecer a cada
canto uns acertos como este? é porventura mais formosa a
minha senhora Dulcinéia? está na tinta (...) Case, case logo,
ou que o leve o diabo, e aceite esse reino, que por si se lhe
está metendo nas mãos... (I, 33).
Botucatu - SP