CONDENADO
1º Ato
...nesta masmorra,
a solidão,
não se faz presente...
...grilos e pirilampos,
saltitam,
à minha frente...
...pela fresta solitária,
e fria deste paredão,
de rocha imponente...
...condenado nesta cela,
observo o que me cabe,
num pedaço de céu...
...atento ao momento,
quando ela passa,
segundos infindos...
...registro na mente,
e me volto aflito,
numa ilusão de ótica...
...sempre vejo seu reflexo,
como é linda,
Ah! Meus Deus..!
...tira-me a vida se quiser,
Senhor do Universo,
liberta-me deste sonho...
...louco, desmedido,
irresistível,
mas proibido...
...ao qual,
estou condenado,
a amar esta mulher...
2º Ato
...ultimamente,
fujo,
de mim mesmo...
...já me escondi,
do Sol,
do dia...
...já me refugiei,
na noite,
pra não encarar a Lua...
...embrenhei-me,
nas solidões,
das madrugadas...
...para não procurar-te,
entre as Estrelas,
mas tudo valeu a pena...
...embora tenha,
consciência,
da realidade...
...porque,
em todos estes momentos,
de plena loucura...
...arrastei comigo,
todos os doces,
momentos aqui vividos...
...de todos eles,
nenhuma esperança,
é verdade...
...mas uma certeza,
fica cada vez mais,
evidente...
...não existe,
força,
alguma...
...que me faça,
fugir,
ou te esquecer...
...está,
consumado,
este amor...
...um segredo,
comigo,
guardado...
...pois sei, mulher,
que estou,
condenado...
...a te amar,
secreta e eternamente,
sem remissão deste pecado...
Bené Bené