Príncipe de Jade
Minhas lágrimas já escorrem tarde
O triste amargo da sua partida
Meu peito sangra a dor da sua despedida
Vá-se em paz, meu príncipe de jade
A mente se afunda nas lembranças
Ao passo que se desnuda das esperanças
Sua imagem passando feito filme
O coração desmorona sobre pés firmes
Contemplo seu semblante da minha janela,
Suas pegadas somem no horizonte
De todas as pedras, a mais bela
Dos mais insanos prazeres, divina fonte
Jade, entre tantas belezas, esplendorosa
Entre todas as pedras, a mais preciosa
Entre todas as cores, a mais graciosa
De todas as jóias, as mais valiosas
Jade, cor da viva cura
Embriaga-me o sono e a loucura
Verde, cor da profana luxúria
Apaga o vermelho da intensa fúria
Para cantar-te nunca é tarde,
Embora, tarde, fui ver-te partir
O que mais haveria de preferir,
Se não fosses tu, soberana jade?
Em meus sonhos, velarei seus caminhos
Seguirei suas pegadas entre os espinhos
De olhos fechados, em meu leito sacramentado
Estarei te esperando, meu anjo amado