Um estranho
Sinto cada batida de seu coração
Assim como um titã adormecido
Em cima de uma folha que um dia foi Beladona
Mas olhando daqui de onde estou,
Nada consigo fazer,
Estás vulnerável,
Tu és grande e eu sou pequeno
Mas estás a dormir, e eu acordado
Hoje me torno uma folha de um Cravo
Deitas sobre mim, como deita um corpo em uma cova
Um corpo que não pensa, nem sente
Mas, o caixão te prende
E ele está a partir,
Ou seria eu, pequena como um alfinete
Questionando com meu olhar teu rosto a cochilar
Pensando se ainda consegues com facilidade mentir,
Dizendo nada, disses tudo
Assim como o Sol conhece bem a estrela
Assim como Deus conhece Saturno,
Quando penso em nós dois,
Já não existe mais nosso mundo,
Agora eu estou dormindo
E tu acordado
Não sei se fala comigo
Ou se fala para seu íntimo
Sei que pensas que não era para magoar,
Se desculpar, não é despertar!
Queria que fosse apenas ciúme
Mas isso seria imaturo
Foi mais decepção,
Como quando o frio vem e acaba o calor do Sol
Assim como um filhote perdido sem sua mãe
Não existe alegria onde vive mentira
Meu sorriso se foi com sua tempestade
Queria ouvir de ti apenas a verdade.