Onde Estás, Meu Amor?
No abismo do tempo, onde vagueia a saudade,
Indago a mim mesmo, em busca da verdade,
Onde te encontras, meu amor perdido,
Se o destino te levou para um lugar esquecido?
Os ventos sussurram teu nome ao meu ouvido,
Mas não trazem teu perfume, outrora tão querido.
As estrelas, no céu, iluminam meu caminho,
Mas não revelam onde estás, em que canto, em que ninho.
Restam apenas memórias, quebradas e dispersas,
Como pedaços de vidro, estilhaços de promessas.
No recanto da mente, um museu de lembranças,
Onde guardo fragmentos de nossas danças.
Ah, a paixão já não habita mais meu peito,
A chama que ardia tornou-se um sopro desfeito.
Mas a paz, ah, essa ainda me acompanha,
No silêncio das horas, na ausência da façanha.
Mas recordar-me-ei, como quem revive um sonho,
Das trocas de olhares, do amor que foi risonho.
E em meio à incerteza, à distância, ao vazio,
Questiono-me se lembras de mim, como um desafio.
Se outros surgiram, como estrelas em teu caminho,
Se alguém te toca a alma, com doçura ou com carinho.
Minha angústia é saber que não posso responder,
Pois na ausência de respostas, resta apenas sofrer.
Assim, em busca do que já não se encontra,
Entre as margens do passado e a saudade que espanta,
Questiono e me pergunto, sem descanso ou alento,
Onde estás, meu amor, onde te escondes, neste momento?