À queima-roupa
Me responda, amigo, quem,
entre mim e eu mesma,
consegue mais viver sem você?
Arredar o pé de tua vida
e arriscar não me alimentar
do teu riso,
mesmo quando sério,
fonte de luz e genuína alegria.
Responda se isto é jeito
de enredar-se na vida
de alguém!
Porque muito parece
sem resposta, sem proposta,
sem propósito,
ou graça, ou gosto,
se não é por teu rosto
que eu abro o sorriso
ou a janela.
Responda, mas não carece
pressa nem precisão,
porque foi também imprecisamente
que, um dia, o coração
andou relembrando histórias
e concluiu, sem mais nem menos,
por Você.
Ah, e este coração, cadê?
Pregador de peça, inventor de encantos.
Delírios que eu tinha - e tenho tantos!
Mas, agora, cismei na Realidade:
e, realmente, cadê resposta,
para mim, sem você?