UMA MORTAL
As gotas de orvalho já estão caindo...
Que dizer? Que pensar? Teu pranto!
Das fácies róseas a lembrança do lisianto
A ciranda das folhas - Teus passos vindo...
Que tem hoje os pássaros? Mudos ao brilho da diadema
Teus olhos! Gemas nas mãos da avidez lapidada!
Pega a cítara! Ó luz ilibada
Hão os pássaros de trovar o poema!
Não gozou Da Vinci de tal ventura...
Nenhum pincel se perdeu na finura
Dos traços gentis d´um corpo no afresco!
Branda no Olimpo a Deusa traída
Venustidade e graça - A altivez vencida!
Pela mesma Mortal sucumbi, em ardor gigantesco!