Dou-te o rumo
Destas águas tiro-te suja
e entre agonias brutas
como se verdadeira não o fosses
nem vivesses.
Máculas tantas em ti há
que o meu manso olhar
já não te avista limpa.
Entrego-te um arco-íris,
empresto-te meu coração
e peço-te, ama o mundo
e te esquece desse lodo imundo
que parasita a tua alma torta,
hoje sem estrada nem volta,
fora de sentido e direção.
Enfim...
dou-te meu lúcido coração
e, de sobra, leva-me também a alma.