Soneto ao antúrio vermelho
Despertei coberto por flores de antúrio,
Sangrando por dentro infinitamente,
Reportei aos céus veementemente,
Buscando abater o ato espúrio.
Ofertei ao veneno alexetério murmúrio,
Tocando seus lábios calorosamente ,
Ao olhar inarredável e sensivelmente,
Narrando seus passos da Terra a Mercúrio.
A irradiação da comoção enigmática prover,
Apesar de exprimir vocábulos que clamo a olvidar ,
O som da sua voz faz nobremente transcender.
Toda infinitude do universo assim transbordar,
Sobre nossos corpos dispostos a despender,
Das limitações do retrógrado corporificar .