Soneto ao antúrio vermelho

Despertei coberto por flores de antúrio,

Sangrando por dentro infinitamente,

Reportei aos céus veementemente,

Buscando abater o ato espúrio.

Ofertei ao veneno alexetério murmúrio,

Tocando seus lábios calorosamente ,

Ao olhar inarredável e sensivelmente,

Narrando seus passos da Terra a Mercúrio.

A irradiação da comoção enigmática prover,

Apesar de exprimir vocábulos que clamo a olvidar ,

O som da sua voz faz nobremente transcender.

Toda infinitude do universo assim transbordar,

Sobre nossos corpos dispostos a despender,

Das limitações do retrógrado corporificar .

Otto de Albuquerque
Enviado por Otto de Albuquerque em 18/05/2023
Reeditado em 28/05/2023
Código do texto: T7791170
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